Selvagem
O pequeno curumim era sensato. Mal conversava com os outros, se prendia no medo, na vergonha, na timidez, que os homens de selva empedrada julgam valores atípicos para homenzinhos da sua idade.
Mas o curumim, sensato, sentia-se bem dentro dessa atipicidade descrita, pois isso fazia parte de sua vida.
Mas o velho pajé, piamente cego por certezas que creditavam ser corretas, certa vez conseguiu alcançar o pequeno curumim. O pajé estava calado na tribo durante dias, e naquela data que o curumim imaginou ser fatídica, pois pressentida a expulsão dele daquela tribo, gelou quando o velho aproximou-se dele.
Olhares calados, calafrios óbvios. O pajé assustadoramente surpreendeu o pequeno e então frágil curumim, o enchendo de elogios e avisando em alto e bom som para os deuses e índios homens da tribo, que o pequeno indiozinho se
tornara o guerreiro mais valente daquela maloca.
O protagonista timidamente sorriu, e em raras vezes ouviu sua voz, que agora era grave. Muito obrigado!