Convergência Social

Nem os 1835, nem a ternura oficial dos 1888 e, nem a supremacia de 1889 e suas redenções foram suficientes para desarmar o império do arrocho desigual.

O julgo das primícias, ainda em contrapartida, suavemente descompensavam a infeliz realidade moral.

Certamente, num contexto épico tal definição se auto-afirmava aos nortes, embasado pela sua superioridade racial – por vez, intelectual.

Destituídos em hemisférios a natureza humana se compactua em dois polos racionais: O Branco X O Negro

A disseminação deste conceito tornou o mundo descompassado, ao passo em que suas relações interculturais passaram a dominar o consciente ativo das pessoas. Neste caso, vale ressaltar o poderio da classe “branda”. Esta criou o racismo, instaurou preconceitos e estereótipos às sociedades e, pelo mundo a fora é a classe que mais vende a sua identidade.

Com afinco, sua organização suprimiu a consciência dos povos, retirou a civilidade, limitou o saber, valorizou os latifundiários, etc.

Outrora, sua ideologia respingava às mesas da monarquia. A mando, devia-se exterminar a classe “inferior”, limitando sua natalidade e aumentando a miscigenação aos contatos europeus. E assim o discurso era praticado: País desenvolvido é país branco.

Sim, o Brasil abriu suas fronteiras aos estrangeiros europeus, em sua maioria português, italiano, holandeses, e russos. E pensar que dariam conta, nem estes – os superiores, aguentaram viver no regime.

As revoltas, o modismo, a economia, as guerras, o intelectualismo, a ordem, o progresso, humanitarismo, o fundamentalismo e por fim, nossos direitos, passaram a ecoar no sistema.

O símbolo republicano surgia emanando seus ideais. As lutas intercontinentais passaram a reascender o patriotismo. Viver? Apenas um paradoxo existencial aos desprovidos. Negritude? Sim, resistência quilombola. Luta pelo ideal – pelo igual.

Conjurada o padrão social, a nova sociedade aspirava o civismo. A liberdade moral. E assim, sucedida em transição a nova ordem preconizava um estado libertário, sem distinção de cor, gênero, religião ou raça. Assim chegara a democracia e seus atributos.

E o negro? E o Branco?

Pobres e ricos, inferiores e superiores. Estes fabricaram as raças. Produziam aos montes.

Suas relações? As mesmas. “É que o branco volta da cidade grande à sua casa, e logo este manda e o amigo negro trabalha”. Milton Nascimento

E o racismo? Este ainda assovia aos ouvidos dos tolos.

O pobre? Continua na mesma. Vivendo.

O rico? Dando continuidade a economia, criando tecnologias à escassez. Injetando nas pequenas comunidades suas marcas, empreendimentos, etc.

Branco? Vai bem. Esbanjando autoritarismo. Ostentando o seu deus (dinheiro).

Igualdade? Existe? De acordo com a constituição o assistencialismo deve garantir condições básicas para a sobrevivência das “sociedades”.

Capitalismo? Sistema de arrecadação e enriquecimento de capital. Famoso por destituir as classes. Lugar onde a diferença está na acessibilidade. Oportunidade não seria o acaso mas, acesso as informações necessárias para sobressair-se entre os muitos.

Ética e moral? Princípio social. Deve convergir-se em cadeia cíclica, atuando como agente comunicador entre o que é certo e o errado, garantindo a união e o convívio mútuo entre os indivíduos.

Convergência social? Talvez um lema para a sociedade. Limite equacional. Variedades superpostas se identificando a um único ideal. Plano de metas e resoluções às demandas sociais. Variabilidade em discurso. Necessidade mútua.

Rico com pobre, branco do preto, deus do vermelho, branco do igual, azul do fraternal, ismos dos temporais, eu, você, nós, eles que virão.

Isaias Rabelo
Enviado por Isaias Rabelo em 08/01/2015
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