O MUNDO DE HOJE

O MUNDO DE HOJE

O mundo, na época que vivemos é, logicamente, resultado das atuações de todos que nos precederam na nossa civilização. Com suas atitudes, palavras, comportamento, idéias e tudo mais, moldaram o mundo atual. E o resultado que vemos e no qual vivemos considero assustador e preocupante, embora existam grandes exemplos de que tudo pode ser melhor do que está. Mas os indícios de que caminhamos para uma vida catastrófica em um futuro não muito distante são incontáveis. Não sou fatalista, mas é impossível se sentir confortável com o que ocorre nos dias de hoje. Temos a tendência de crer que os dias que vivemos são o melhor que o ser humano conseguiu e que nunca ocorreram conjunturas semelhantes ou mesmo iguais em outros momentos . Como diria um comentarista: “-Lêdo engano!”. È só analisar as incontáveis civilizações que conhecemos através da História e veremos que somos apenas mais uma civilização, e não necessariamente a melhor que já aconteceu nesse planetinha, como diria Vínicius de Moraes. Um pequeno olhar em outras épocas e culturas para constatar que não diferimos muito, em todos os aspectos, delas. Para mim, somos mais uma tentativa de alcançar o status de domínio completo do planeta em que vivemos. Não bastasse essa pretensão, tentamos dominar outros mundos, outros astros. Não conseguimos equalizar nossas ações de modo a não destruir onde vivemos e buscamos cada vez mais criar maneiras de sustentar e garantir nossa própria irresponsabilidade com invenções mirabolantes, aparelhos que garantem e criam uma vida cada vez mais artificial, mais insana, mais competitiva. Um total descaso por aquilo que temos de melhor, que nos diferencia brutalmente dos outros seres vivos: somos, ou nos denominamos, racionais, solidários, emotivos, etc., etc..

Essas características que afirmamos ter não se revelam em nosso comportamento cotidiano. Os cachorros ganham mais atenção e cuidados que o próximo. Nada nos desequilibra mais que problemas financeiros, pois sabemos que ninguém vai nos socorrer se precisarmos de dinheiro. Somos incapazes de entender, ajudar, perdoar ou amar quem não concorda conosco ou não compartilha de nossas ideias. Pelo contrário, chegamos a odiar aqueles que discordam de nós. Vítimas do nosso egoísmo desenfreado, vivemos em guetos fechados de amigos, de idéias e só convivemos com quem temos algo em comum. Os marginalizados somam um vasto conjunto de pessoas cujas características não interessam a maioria que acha que “move” o mundo. São os velhos, as minorias raciais, sexuais e religiosas, os pobres e uma enorme gama de pessoas, exatamente iguais a eu e você.

Precisamos repensar, precisamos de refletir, precisamos aprender a amar a todos que viajam conosco nessa fugaz aventura da vida. Daqui a poucos anos não restará nem lembrança do que fomos . Mas o que fizermos, o que pensarmos, o que sentirmos, os nossos amores e valores ficarão. Então a felicidade dos nossos descendentes depende do nosso hoje.

Grande abraço fraterno a todos. Que Deus nos guie

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 06/01/2015
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