Momentos
Escrevo palavras que ninguém lerá,
em um papel amassado que encontrei na gaveta ou num guardanapo que estava jogado.
Palavras guardadas em mim, que há muito deviam ter sido ditas.
Caladas no peito, presas na garganta.
Escrevo-as entre soluços, pingadas com lágrimas e temperadas com um riso ou outro, produto da memória que se empenha em superar minha dor.
O quarto é escuro, só uma vela quase finda me ilumina o caminho dos traços rabiscados, não anseio testemunhas.
Depois de entregue ao momento dobro o pedaço de papel rabiscado e lanço-o ao limbo.
Guardo-o em uma caixa que você nem ninguém jamais encontrará e me repudio por fazer juras eternas de amor dia após dia, por ainda te amar.