O velho e novo mandamento

Dizem que primeiro temos que amar a nós mesmos para aprender a amar os outros. Ao longo de experiências, aprendi que a partir do momento em que eu esqueço de girar em torno de mim mesma e a enxergar em volta os seres e as coisas, todas as minhas perturbações interiores aos poucos vão se tornando mais leves. Devemos dar a nós mesmos a importância necessária e comedida, dentro do equilíbrio que a vida pede. Mas vivemos em parceria com o que nos cerca.

A história nos mostra que aqueles que mais se doaram, esquecendo um pouco de girar em torno de si mesmos, foram os mais felizes e realizados. Nos mais variados campos da ação humanitária, são os maiores exemplos de vida.

É muito difícil, sem dúvida, sair de si mesmo no que tange à ação. Há anos eu tento essa proeza e nem sempre consigo. Talvez faça parte da maturidade a que cheguei o fato de tentar olhar mais em volta e não mais tanto para o próprio espelho. Certamente, alguém poderá dizer: "mas se você não está bem consigo mesmo, como poderá ajudar os outros?" --- mas o que é estar bem consigo mesmo? Muitas vezes, e talvez na grande maioria das vezes, o olhar ao redor acenderá a luz que me fará encontrar um caminho para estar bem comigo mesma.

E nos meus momentos mais difíceis, procuro lembrar das sábias palavras do Mestre Jesus, como um archote a me guiar nas subidas do caminho:

“”Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.””

Permito-me, então, a expandir a palavra “outros” a que o Mestre se refere, a tudo que me cerca, pois certamente tudo que existe na criação foi feito por Deus. A “sacralidade” do universo é definitiva, quer queiram ou não. O “Um" é realmente a grande realidade: o círculo, corpo de nossa mãe-Terra.