Desculpe, poeta
Desculpe poeta, mas não lhe trago boas notícias.
Quero primeiramente te parabenizar por ter feito o belo trabalho de roubar meu coração, mas isso não foi o suficiente para me fazer andar nas nuvens junto a você.
Não sabia o quanto era difícil amar alguém que ama através de palavras e minha ávida curiosidade me fez cair em mais uma das armadilhas da vida. Minha vida não tem, de fato, espaço para metáforas corriqueiras ou metalinguagens rotineiras, sou uma pessoa sistemática e tenho medo de qualquer possibilidade de fugir da rotina. Covarde? Posso até ser, porém melhor não arriscar um peito intacto…
Suas rimas me fazem querer não recuar, então estou evitando qualquer contato com as artes, afinal tudo me faz lembrar você: o senhor, o penhor, a dor, o amor, ah seja como for...
Meu vazio não está acostumado a ser preenchido com tantos predicativos por alguém tão incomum, por um artista, que eu acho melhor continuar minha vidinha ilusória pensando naquele outro amor inventado ou talvez em um que não volte mais.
E quanto a nós poeta, espero um dia te reencontrar do mesmo jeitinho e lembre-se: deixe vibrar para sempre as rimas de amor.