QUISERA A INOCÊNCIA DE HÁ 25 ANOS
Quisera neste agora ter algo da inocência de há 25 anos. Aquela inocência de criança que não conhecia o Poder. Ah, eu o conheci, ao Poder e hoje, mesmo quando o Poder tem poder não pode mais ter o poder onisciente, onipresente, onipotente que já teve sobre mim. Por saber muito sobre o Poder, vivo renunciando, numa luta dura, a qualquer Poder que eventualmente possa emanar também de mim. Uma luta às vezes atroz para não se deixar vencer, irremediavelmente, quando já se foi vencido e se sobreviveu, sabe-se lá como. Que saudade da criança em mim, aquela criança de há vinte e cinco anos atrás...Que saudade de mim... Hoje eu sei, desde os ossos, desde a medula da alma o que é Poder, que ninguém deixa de aprender uma lição repetida por 25 anos. Ah, a dor de não se ter nenhuma inocência mais. Criança minha, que saudade de ti!