EXPECTATIVAS E APRENDIZADOS
Há uma variedade de sensações dentro de mim neste momento específico de minha vida e por isso faz-se necessário o registro para que eu possa intensificar estes mais amplos sentimentos e para que eles possam criar vida, sair do papel, da imagem e de fato ser algo real.
Hoje acordei por volta das 05:40 horas da manhã com certa inquietação dentro do meu ser. Um vazio existencial que há muito tempo não se via dentro de mim. Lembrei-me imediatamente de uma nova palavra que aprendi nesta minha viagem para a Bahia : “Sofrência”, ou seja, sofrimento com carência. Mas, ao olhar para dentro de mim, senti que este sentimento é muito mais amplo. Há algo que me impulsiona, que quer redirecionar a minha vida e toda a realidade à minha volta, uma necessidade de transpassar tudo o que está nos sonhos de uma poeta criança, que sonha algo que parece não ser de acordo com o real. E, hoje, acordei com sede de mudanças, sede de realizações e de colocar em prática os mais intensos sonhos e tudo aquilo que já li nos mais diversos livros literários, de psicologia e de auto-ajuda. Hoje, decidi sair do lugar, recomeçar.
O ano está findando e vejo renascer uma nova esperança, fonte de vida a jorrar na mais profunda entranha do meu ser. Há uma inovação querendo aparecer e tornar-se aplicada.
E o vazio existencial nada mais é que sede de conhecimento, sede de experiência, de vivência, de aventura, de loucura talvez insana. Chega de tortura, chega de lágrimas durante as madrugadas sem uma pessoa para ouvir, chega de negativismo, chega de ilusões acarretadas e chega de ser forte na aparência. Hoje, permito-me ser humana, quero errar, corrigir, me aventurar e viver. Chega de ser a donzela boazinha. Não quero ser espelho e tampouco modelo de perfeição para a sociedade. Ah, poupe-me a sociedade que mascara todas as coisas e que cobra perfeição sendo que ela mesma torna-se imperfeita por ser formada por seres totalmente imperfeitos. Chega dessa hipocrisia a qual eu vivi anos e anos preocupada em demasiado.
Agora, sou eu mesma, cega, surda, muda ou vendo e ouvindo muito mais do que imaginas. Quero gritar, quero correr, pular, sorrir, chorar. Não quero mais me preocupar, não há satisfação a ser dada.
Me ame ou me odeie, a decisão é sua e isso não me impedirá de ser eu mesma. O meu eu grita e o grito é ensurdecedor, é um grito intenso e mais intensificador é o grito por dentro, essa vontade obscura de jogar tudo para o alto e tornar a minha essência feliz e alegrar o que há de mais profundo em minha alma.
Muitos fazem e refazem promessas para o ano vindouro e a minha promessa para o ano que se inicia é priorizar-me, interiorizar-me e me fazer feliz. Quero andar descalça e não mais calar a minha voz, idealizar e realizar e não mais ter medo de ser feliz. Ser livre, ser dona de mim e ter ainda mais certeza de que Deus é a fonte Suprema para todas as coisas, mas não mais me iludir com regras e imposições humanas. Chega de religiosidade, chega de religiões enganosas e de jugos humanos.
Para o ano novo, realizar sonhos velhos que foram calados ao longo dos anos. Para o ano novo praticar o que aprendi nos livros, para o ano novo, certezas, erros, acertos, lágrimas, alegrias; mas jamais desistir de lutar após cada dor e entender que tudo está no devido lugar e que a vida é uma escolha e que somente eu sou responsável por minha vida e por minhas escolhas.