A exceção: Morte ; A Morte: Uma Lei Perfeita e o Equívoco Divino.

[A exceção: Morte]

Ela anda muito solitária,

Pode estar deprimida, chateada.

Convidei-a para jogar xadrez,

Tomar um drinque, disse que na próxima, talvez.

Queixou-se injustiçada, que seu dever não é querer,

Disse que nem gosta de encruzilhadas, prefere as paralelas do Belchior,

Que o seu amor lhe deixou por um bem de vida insolente,

E por isso adotou o preto como luto do seu amor decadente.

Voltou atrás, coisa que milagrosamente faz, aceitou o drink, e brindou assim:

"É a única estabilidade que ninguém deseja, dispensam.

É a solução de viés extremista que os próprios fanáticos evitam.

É a única espécie só,

Porque há morte na vida, mas não há vida na morte!"

Abraçou-me fortemente, dizendo-me: Relaxe!

E solenemente se despediu pedindo: Por favor, não vacile...

(Sipeli, S. A exceção: Morte In; A sombra do Obvio)

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[A Morte: Uma Lei Perfeita]

A irreverência da morte me encanta,

Com ela não tem papo, nem decotes ou área vip.

Ela que devia ser o símbolo da Justiça.

Ela não precisa da espada e da balança, a força e o equilíbrio da sabedoria grega,

Nem da estúpida inovação romana dos olhos vendados, pura cegueira parcial.

A morte é, simplesmente,

a conciliação sem volta das substâncias,

o transito em julgado das consequências,

a reparação inevitável das ilusões.

Ela apenas acontece, nua ou vestida, faça lua ou faça sol.

(Sipeli, S. A Morte: Uma Lei Perfeita In: A sombra do óbvio. 18/dez,2014)

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[Equívoco Divino.]

O seu criador é seu criado,

Porque "tudo que é vivo, morre."

(Sipeli, S. Equívoco divino In; A sombra do Obvio)