LOUCO POETA...
Nos olhos escondi minhas lágrimas,
Por tantas coisas que não fiz,
Nos mesmos esbocei falso brilho,
Por tantas coisas que não quis.
O alimento de uma alma cativa,
Nessa dúbia palavra,
Por oferecer o que não poderia,
Por ficar preso a coisas vis.
Nesses termos me chamas de morto, louco.
Enquanto me vejo outro,
Não morto... Mas um pouco infeliz.
Felicidade não é dúbia,
Variável apenas na intensidade.
Pois louco sempre é triste,
Sua consciência é tris,
Louco também sonha,
E quando chora, ninguém olha,
E se olhasse veria o corpo,
Veria os olhos e ou gestos,
Mas nunca saberia lhe traduzir.
Por isso não se lembre de minha calma,
Não queira invadir minha alma,
Deixe que do jeito dela... Seja louca e feliz.