Teu céu timbrado de nuvens
Céu timbrado de nuvens
coração dilacerado por gestos incompatíveis
alma sem refúgio na amplitude dos gélidos sonares
falas aprisionadas em olhares indizíveis
Sentindo o cansaço das conversas vazias
a discrepância da vontade improrrogável
perante a real circunstância
mediante a ausência do abraço afável
Um céu timbrado de nuvens
releva aquela insensatez
releva até mesmo a indiferença
revela tamanha altivez
Daquele céu timbrado de nuvens
só me vem vossas estúpidas razões
toda e qual regra sentimental
que nos limita a extravasar dimensões
Movemos-nos pelas histórias de outrem
procuramos eximirmo-nos do fulgor do erro
da incessante necessidade de aprender
com a dor que cada um haveria de ter
Céu timbrado de nuvens
transcende-me a calma que nenhum ser humano traz
tamanha obsolescência das almas transeuntes
que hoje nenhuma diferença mais faz