A Discreta Dama e a Rosa

Eu sonhei que...

caminhando distraído sobre a grama úmida

do jardim, sorrindo, sozinho, quando

um vulto de mulher despertou minha atenção.

A curiosidade aguçou meu olhar, vi distraída, sobre a grama num verde dourado que reluzia, a mais bela e graciosa dama, instintivamente parei, imaginei um sonho, duvidei que fosse assim.

Jamais pensei ver alguém tão perfeita junto a mim.

As folhagens cobriam as rosas, algumas ainda a desabrochar.

Os raios do sol transpassando,

uma variedade de cores bordando, protegiam

a morena faceira e prosa.

Um cenário inimaginável e belo, meu olhar estático num fugaz duelo parou para ver, a dama e a rosa.

Com sua silhueta imóvel e serena, tendo na mão presa entre os dedos uma rosa que docemente deslizava nos lábios e em ardentes folguedos carinhosamente a flor beijava.

Sem ser notado fui aproximando ansioso para observar de perto

sua formosura, e sua cútis aveludada e sem pintura. Sentei-me ao seu lado cautelosamente, como cavalheiro peguei

em sua delicada mão... ...ela virou-se e docemente,

num gesto de susto e de emoção, tentou evitar mas não deixei. Notei seu nome no uniforme e o pronunciei, harmoniosamente, fechando a frase com a palavra querida,

ao perceber sua anuência, colei meu rosto ao seu bem de mansinho

e unimos nossos lábios, e por fim, em sussurro pronunciei seu nome Grazi... Graziela... e nós tombamos sobre a verde grama nos beijando.

09/12/2014 Fim