O que eu faço com esta falta que me fazes?

Esta noite falta-me a inspiração, falta-me o oxigénio, falta-me a música…

É isso, vou ouvir a nossa música... já que oxigénio para respirar eu tenho, mesmo que esse oxigénio seja poluído sem ti. Sem o teu aroma, sem a tua presença, sem ti respirando ao meu lado… ou que seja, ao lado de um outro alguém…

A falta Michael…sinto tanto a tua falta…não sei dizer, não sei definir esta falta que me fazes.

A canção toca, a voz diz que “eu não estou sozinha”, a melodia convida à dança, sugerindo no convite como quem fala: “Vem? Vem dançar comigo para além das estrelas”?

Eu fecho os olhos e consigo sentir o teu abraço divino, os meus olhos traem-me mais uma vez e derramam as lágrimas da saudade… e eu deixo-as rolar sem remorsos, assim é… os sentimentos comandam mais uma vez …

E a música ainda está aqui, ela ocupa a totalidade das minhas entranhas e preenche todos os labirintos como que uma companheira fiel de todos os dias e noites, que vai juntando os pedaços e pedindo um novo recomeço, mas …. ainda assim sinto tanto a tua falta.

Eu sinto o aconchego das almas, a tua mão que me guia, escuto o teu sussurrar ao meu resignado coração, no entanto esta noite, mais uma de tantas noites, não sei dizer porque ainda sinto tanto a tua falta. Eu não sei dizer Michael, mas sinto terrivelmente a tua falta….

“Eu não estou sozinha, dizes tu? Apesar da distância estás sempre comigo, apesar de estarmos separados eu estou sempre no teu coração”... O meu coração não precisa somente da música?

Mas então porque me sinto sozinha Michael? Porque dói, porque ainda dói tanto? O que faço com a tua lembrança? Com esta falta que me fazes, com este amor que vive grudado no meu ser como se quisesse ser senhor do meu tempo, senhor de todas as minhas dores, de todas as minhas alegrias, das minhas vontades? O que faço com esta poesia que está dentro de mim? Com as borboletas que insistem em alegrar a minha alma quando sorris para mim? Com as palavras que me faltam quando quero explicar?... um dia, teimosa, ainda vou aprender algum idioma para te escrever, para dizer-te que te quero esquecer! Oh, como se isso fosse possível….

Eu, a palavra amor, a tua doce lembrança e a poesia…. O que faço com as emoções que brotam quando nos teus olhos me deixo desabar, para depois ressuscitar de novo para a vida? A bela e preciosa vida…

E de novo, estamos aqui.... juntos, ouvindo a mesma canção, tentando um recomeço que nunca terá um fim. Falta-me a inspiração, falta-me o oxigénio, falta-me a música… esta noite.

O que eu faço com esta falta que me fazes? Pergunto?

E a música ainda está aqui, a canção toca, a voz diz que ”eu não estou sozinha”… mas sozinha me sinto, tentado me encontrar na tua ausência.

30\08\14

Carla Mmjking
Enviado por Carla Mmjking em 09/12/2014
Código do texto: T5063399
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