Vem depressa pra mim que eu não sei esperar

Hoje eu tive um tempinho livre e parei para pensar em você. Tudo bem, vou ser sincera: eu penso em você todo dia, mas hoje parei para pensar em nós. Em como crescemos ao longo deste ano, no quanto nos distanciamos e, ao mesmo tempo, em como nos aproximamos repentinamente quando tudo já parecia perdido. Pensei na saudade que eu sinto e que parece aumentar um pouco mais a cada segundo. Cara, como você faz falta!

Quero voltar só um pouquinho no tempo e poder ouvir sua voz todo dia ao invés de ouvi-la de vez em nunca. Quero te abraçar agora e dizer que não gosto de contato físico, mas que ficar perto de você é uma das melhores coisas do mundo. Quero poder afundar meu rosto no seu ombro e sentir esse cheiro que é só teu, essa mistura de sabonete de erva-doce com o perfume amadeirado que você nunca me disse o nome. Quero chorar de rir contigo assistindo a algum filme de comédia brasileira no cinema, assim como fazíamos há tão pouco tempo. Ou até mesmo deixar você escolher o único filme de terror que estiver em cartaz e ficar te abraçando em toda cena assustadora.

Quero poder olhar pra você todo dia e reparar nas pequenas mudanças cotidianas ao invés de te ver uma vez por mês e nem ter tempo de analisar seu novo corte de cabelo, a barba por fazer e a aparência cansada típica de quem estuda feito louco e ainda faz estágio. Quero que você segure minha mão na véspera do vestibular e diga "relaxa, você é incrível, vai dar tudo certo" ao invés de mandar uma mensagem pelo celular. Quero brincar com seu cabelo propositalmente despenteado e te chamar de 'meu guri' enquanto você canta aquela música que é linda na voz do Nando Reis, mas que fica muito melhor nessa sua voz rouca e desafinada. Quero sussurrar "je t'aime" em resposta ao seu "ich liebe dich". Quero poder ir com você a todos os (poucos) pontos turísticos da cidade e aproveitar esses pequenos passeios para dizer tudo o que eu sinto, dizer que tudo faz mais sentido quando você está perto, dizer que você é a única pessoa que consegue me entender quando todo mundo diz que eu preciso parar de fazer dramas, fazer você abrir aquele sorriso de canto que me faz sorrir também, te beijar de um jeito calmo e delicado.

Mas a verdade é que nos vemos tão pouco e a saudade é tão grande que o nosso encontro acaba se resumindo em um "eu te amo" atrás do outro e num beijo apressado; um beijo bom, mas recheado de medo da despedida, recheado de sentimentos que ficarão guardados e de desejos que não serão realizados. A verdade é que a saudade dói pra caramba e essa dor só piora com o passar dos segundos, minutos, horas e dias. A verdade é que eu quero você aqui de novo, mas não no próximo mês. Eu quero agora.

Lillian Cruz
Enviado por Lillian Cruz em 04/12/2014
Código do texto: T5058073
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