O VALOR DAS COISAS

O valor das coisas

O valor que damos às coisas é sempre um valor relativo, condicionado sempre a fatores intrínsecos à nossa vivência, experiência e susceptibilidade. Pois sim somos susceptíveis às influências externas e são justamente essas influências coadunadas à nossa índole, já em nós imanente, que vão dar o sustentáculo de toda a nossa essência, a sua estrutura básica. O primordial é incipiente, por conseguinte, não chegamos nunca a verdade absoluta se não haurindo as suas nuanças e essas nuanças pululam em toda parte, em nós e, principalmente, fora de nós. Estar embebido na verdade é como estar empático com a natureza essencial de tudo. E para conseguir essa integralidade um tempo assaz ingente há de ser transposto e, convenhamos, uma única vida humana é infinitamente insuficiente para alcançarmos esse propósito.

Não queira ser um baluarte inexpugnável, pois esse será sempre acossado e acometido pela Verdade que, como a Natureza, esfacelará a fortificação, com os ventos inclementes e as intempéries de toda monta. Seja uma simples cabana e mantenha as portas e janelas abertas. A Verdade adentrará como uma brisa aprazível, pois se sentirá acolhida.

A Verdade não se curva a crença de ninguém, mas ela verga toda arrogância e estatela toda presunção em suplantá-la ou condicioná-la ao talante de qualquer postura menos sóbria.

A Verdade quer a Liberdade e não ser enclausurada, afastada do convívio social pela nossa pueril obstinação em abarcá-la e tê-la somente diante do nosso olhar.

Não tente encobrir a Verdade. Desvele-a. O véu da ocultação não lhe cai bem. Ela não está afeita a entrajá-lo e detesta ser encoberta.

A Verdade não alija ninguém do rol do seu séquito. Nós é que nos afastamos dela com o pretexto de angariar adeptos para a nossa corrente filosófica, para a nossa pretensa convicção íntima. Muitas vezes estamos aliciando para as hostes das inverdades. Pois quem pode alardear que a Verdade está consigo?

Mas, não obstante a dúvida, e o valor relativo de tudo, vamos aquilatar o mérito da nossa busca pela sinceridade e honestidade do nosso propósito, com o cuidado de não acometer o nosso entusiasmo com a saturação do que é desnecessário ou está de sobejo em nossa essência, como ideias preconcebidas, as quais muitas vezes nos expõe ao escárnio alheio e risíveis diante do nosso próprio julgamento. Isso se ainda tivermos consciência.

Valdecir de Oliveira Anselmo

28/11/2014

Valdecir de Oliveira Anselmo
Enviado por Valdecir de Oliveira Anselmo em 28/11/2014
Código do texto: T5051589
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