Ele sonhava

Ele sonhava. Levava asas nos pés, palavras nos dedos... E aquele sorriso despreocupado de quem ainda se fascinava com os pequenos milagres. Há dias em que o mundo não percebe como é que os sorrisos se sustentavam na sua expressão. As pessoas olham para ele e não compreendem como é que os seus lábios rasgavam a tristeza para receber o que havia de bom nos dias após as noites sofridas. E ele acreditou. Sempre teve a certeza de que no cruzamento do sol no horizonte, sobravam estrelas com sabor a girassóis. Sabia que o algodão doce eram pedaços de nuvens, mesmo que percebesse que no fundo são feitos de açúcar. Fechava os olhos ao cinzento da chuva, mas abria as mãos para receber o fresco da água que caia no seu mundo. Escondia o que de feio falavam e ouvia sobre ele e escolhia as cores com que pintava a sua felicidade.

Mas às vezes nem as mais brilhantes cores chegam para tapar as feridas do seu coração. E a noite caía.... As estrelas diziam "boa noite" e ele ficava só. Adormecia embalado ao ritmo do seu desassossego, anoitecido pelo silêncio e adorado pelas preces de tantas almas unidas pelo AMOR.

17\03\13