Os melhores em geral: análise
//Medíocre: Não interessa o que o dicionário diz. Posso retirar o acento agudo e ajudar o resto das pessoas a entenderem o problema que é viver na limitação de um método de vida contemporânea.
Herdei do meu pai o amor pelo campo e também um pedaço de terra no arquipélago da capital, 12 horas de viagem em um navio, 4 horas de lancha, e já posso sentir a limpeza que só a falta de sinal telefônico pode proporcionar. Nesse lugar não é preciso procurar todos os dias um motivo para viver, a prova de vestibular ou de um concurso, emprego, uma festa, só precisaria de um lugar pra dormir e uma fonte de onde retirar comida e água. Posso até tentar com um pouco mais de ambição, mas não sei se querer um gado seria uma ideia levando em consideração que isso me prenderia em um lugar, enquanto eu gostaria de estar em todos. Um cavalo poderia ser a melhor escolha, algo vivo com duas orelhas-olhos-nariz-boca com quem eu posso contar, sou um ser humano e sei que os cavalos são superiores a nós, ter uma consciência não necessariamente nos força a agirmos racionalmente sempre. Eu nunca fui um cavalo, mas com meus poucos anos de observação creio que nunca existira um cavalo tão mesquinho quanto a maioria da humanidade, eles só sobrevivem, tendo muito ou pouco. Meu pai ama o campo, mas também ama o conforto, então tenta viver em dois lugares e é claro que um deles sai perdendo, ele vivendo no interior faz uma falta danada aqui, pra mim e pros meus irmãos. Se sinto a sua falta e amo tanto o campo, qual o motivo de não largar tudo aqui e ir embora? Meu cordão umbilical está aqui, quem nunca me abandonou está aqui, esse amor e toda essa gratidão, depois da minha morte é o que vai se eternizar.
Esgotei de forma rápida toda paciência, não tem como ouvir uma voz sem embrulhar o estômago, ler sobre a vida alheia sem se entediar, não ter dor de cabeça pensando no tanto de responsabilidade que existe entre dormir e acordar. Reflitam em como quem se suicida é julgado, será que realmente os melhores morrem por meio de suas próprias mãos? Acho que a conclusão que tenho sobre isso ficaria para um outro momento, o momento depois da tentativa de nascer de novo. Se as pessoas são tão individualistas quando se trata do bolso e das oportunidades, é difícil entender o motivo pelo qual chamam de egoísta e fujão quem decide seguir um outro rumo. Egoísmo material e egoísmo emocional sendo igualados para justificar atitudes injustificáveis. Resolvi não escolher entre pessoas, e ficar apenas eu, talvez eu e o burro, cavalo. A burra sou eu! Aqui tem gente boa compactuando com a mediocridade que é ser mais gente da gente//