Em Pleno

Em pleno silêncio dos sons que me enlouquecem, me calo com o ruído do que sou, esperando pelo eco do que não sou, gritando mudo aquilo que nunca fui e que nunca serei. Louco, com certeza, na loucura das cores que impregnam meus ouvidos, confundindo a realidade subjetiva que sempre serei. Humano, nunca, faltam-me oitavas, faltam-me acordes, faltam-me texturas, faltam-me sensibilidade e comprometimento pela sinfonia coletiva, dissonante que seja, fora do ritmo textual que no fundo faz da sua polifonia uma sinfonia da realidade do que somos. Para ser humano faltam-me empenho e entrega, faltam-me os odores sonoros que possibilitariam alguma sintonia melódica com o social e com o humano.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 20/11/2014
Reeditado em 20/11/2014
Código do texto: T5041833
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.