Minha Utopia
Para os intelectuais da pós-modernidade, a utopia é um juízo de valor sobre a moral. Em outras palavras, a moral deve ser norteada pelo desejo utópico da coletividade.
Entendeu? Espero que não, pois isso não passa de uma contradição. E de contradição entende muito bem os "filósofos" e "teólogos" da pós-modernidade.
Só uma mente com uma lógica defeituosa ou uma mente maliciosa para colocar nos desejos da coletividade o padrão mais humanizante da moral. É como afirmar que o popular: "A voz do povo é a voz de Deus", fosse algo perfeitamente aceitável. No entanto, sabemos que esses "filósofos" e "teólogos" apenas utilizam as palavras para ludibriar as mentes preguiçosas de nossos jovens acadêmicos, a utopia não são os desejos da coletividade, mas os desejos de um grupo seleto que ideologicamente são difundidos em todas as áreas acadêmicas e escolares.
Para esses intelectuais a educação é o meio e a utopia é o fim. Para não se deixar enganar pelas falácias desses educadores é preciso que antes de ingressarmos em sua educação saibamos quais são suas utopias.
Na maioria das vezes, preferimos o destino ao percurso. E é o percurso que define o destino. O destino não é só um lugar, mas o resultado da soma do percurso e as experiências individuais ao longo dele. Por exemplo: se uma sociedade qualquer deseja alcançar o mesmo destino, esse destino será alcançado por diversas pessoas que foram formadas ao longo do caminho. Se o percurso não foi escolhido, mas orientado pelos educadores, então o destino é o resultado de uma experiência social. Se o percurso foi escolhido, apesar da orientação dos educadores, o destino poderá ser o resultado de uma experiência individual, livre de tutelas e amarras.
Educadores pós-modernos, maliciosamente, apontam a individualidade como um vício dos nossos dias. Confundem individualidade com egoísmo. A confusão é maliciosa, pois a individualidade é um meio a ser destruído ou, no mínimo, proibido. Pois a individualidade inviabiliza o fim por eles idealizado. Os intelectuais hodiernos chegam a usar as Escrituras Sagradas para acusar o individualismo, mesmo considerando as Escrituras um amontoado de besteira, de lendas e de mitos. Mas a Bíblia, como qualquer outra coisa, pode tornar-se meio se for para garantir o fim que tanto sonham.
Eis que nossos dias são dias que exigem muita coragem. Eis que em nossos dias é colocado em prova a individualidade, a integridade, a coerência, os valores, ou seja, a existência do homem livre. Essas palavras não serão lidas por mais de cinco pessoas, mas o objetivo delas é um memorial a mim mesmo. Em outras palavras, escrevo-as como um padrão que me norteia, minha utopia não se encontra no coração da coletividade, mas é o resultado do caminho que escolhi e das experiências que vivi, vivo e viverei.