desejo da carne , versejo em papel
'' Se você pensa que meu coração é de papel... ''
mais espere um pouco!
é do papel que ele se esboça!
é do papel que ele se alimenta, e por fim alimenta outros corações.
é do papel que ele se comove e faz brotar do fundo dos olhos as lágrimas
que ultrapassam as janelas da alma, e desaguam pelo amor ou pela dor.
é do papel minha sincera expressão, anseios devaneios e murmuros.
mais se um dia me faltar papel, meus pensamentos e expressões estaram presentes nos muros.
colorindo e falando, transmitindo o sentimento por meu coração.
papel serei eu ao deixar este plano mortal, que se imortalizará no papel ou no mundo virtual.
da sincera poesia ao conto surreal.
Papel!
São palavras, trejeitos, desenhos e criações profundas de alguem que é de carne.
óh arte! musa de meus delírios, que me encanta com sua diversidade.
seja na simplicidade concreta da vida, ou nas tribulações abstratas.
fiz uma tatuagem em sua homenagem, ao menos por estar presente em mim em forma de Musica.
uma clave de Sol no braço direito.
talvez desenhei em mim para ficar igual ao papel, que tanto me completa.
quando em ti escrevo... Desenho... Componho... e leio.
papel das minhas caras de jornal esculpido.
papel machet...
e quando vier em palpite, seja você com linhas ou sulfite. o terei em minhas mãos.
ao sublime toque da pena, lhe escreverei o que sinto... O que sou... O que vivo e tudo aquilo que reflito.
como eu queria ser de papel!
pulsaria tinta do meu coração e escreveria uma nova história a cada dia que a vida me trouxer uma folha em branco.
paginas e paginas de histórias reais e sinceras que transitaria pelas pastas, livros, bilhetes, cartões...
Quem sabe até me teria em suas mãos em uma noite de outono.
ou me tocaria em um dia frio em um bom lugar para ler um livro.
meu pensamento em todos os lugares.
Seria eu na tua mão uma carta de amor, com perfume e uma rosa para enfeitar as belas palavras que demonstraria por escrito todo o amor que sinto dentro do meu coração de '' carne '' mais que poderia ser de papel.
ou até quem sabe seria eu a suprema expressão grafitado nas paredes do templo do Rei Salomão.
que viagem!
Até para viajar o papel e indispensavel.
e quanta loucura caberia linha sobre linha sem perder o controle da razão.
loucura ou não! esse é o meu pensamento.
mais o mundo é tão cruel! e faz de mim um vivente de carne
que noite após noite questiona na companhia da lua olhando para o céu
o por que do meu coração não ser de papel.
mais o dia se aproxima, silenciando e clareando a madrugada.
e quando eu não estiver fazendo mais nada, serei como o papel que se esquece em um canto da casa, aguardando ansiosamente que alguem me abra e me leia.
para que minhas palavras e expressões escritas se tornem vivas como a carne de quem a lê.
e por mais bela a folha e por mais charme que se façam as letras nele escrita, deixarei as páginas e me transformarei em carne.
e aquilo que se vê passará a se sentir.
W.$anto$ ®