Agridoce
De vez em quando, quando já ta escuro, enquanto ainda tenho frases guardados e memórias perdidas, escrevo, porque parte de mim não me cabe e eu não caibo aqui e tem verso que ainda não cabe em lugar nenhum... Deixo que meu pranto caia algumas vezes, só pra ver se o restinho de esperança vai embora junto, que é pra eu me conformar, talvez me confortar, e ele vai seguindo o fluxo salgado até meus lábios calados e seca ali mesmo... De vez em quando eu nem quero pensar, nem procuro por medo de encontrar, nem acho mais nada, nem eu... Só quero parar, dar um tempo, das coisas que me prendem, me sufocam, e parada, voar, pro novo, para um sonho quase real, pra onde eu mate a saudade que sinto de tudo que não vi, de tudo que nunca tive, pra sentir o agridoce do choro contido e do doce sonho bonito...