O inferno da minha cabeça

Sem dormir direito há quatro dias por causa de uma mulher.

Eu já devia estar acostumado a esse tipo de coisa. Pelo menos pensei que um dia me acostumaria.

Mas o sono foge de mim quando fecho os olhos e o rosto dela vem me atormentar,

junto com tantas outras considerações e situações impossíveis de prever.

Me sobra um vazio no estômago. O peito acelerado e os olhos avermelhados e ardidos.

Cedo ou tarde isso têm que acabar.

Ou temo que isso vai acabar comigo.

Às vezes o inferno de um homem está dentro de sua própria cabeça... não é preciso ir muito longe.

O álcool já não traz mais consolo. Não me abre mais o riso. Não me aproxima das pessoas.

Só me aumenta a ânsia por isolamento. Minha misantropia.

Como posso ser tão suscetível... tão fraco?

de onde vem tanta exaustão,

senão da ausência dela. Do silêncio...

Nesse ponto eu só queria dormir. Talvez por uma semana.

Queria me erguer como outra pessoa. Com outras memórias, outra vida...

sem esta suscetibilidade... essa fraqueza... essa angústia.

mas estou há quatro dias sem dormir.

e temo dizer que a causa disso tudo, talvez não seja apenas a mulher.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 17/11/2014
Reeditado em 18/11/2014
Código do texto: T5039088
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