Nosso mestre interior
O que dizer da consciência se não o que ela mesmo nos diz? O que pensar de algo que nos faz pensar, que nos impulsiona a agir da melhor maneira? A consciência sem duvidas é um grande mistério da humanidade, mas só é possível compreender a nossa própria consciência, uma vez que ela depende muito de experiências, dá qual nós presenciamos apenas as nossas. Podemos ouvir um relato de uma pessoa ou outra sobre uma experiência vivida, mas jamais ter aquela experiência como referência principal para nossa consciência. Mas afinal, o que a torna tão importante em nossas vidas? Costumo pensar que nossa consciência é nosso próprio mestre, do qual nos ensina com experiências passadas e até mesmo com as não vivenciadas ainda, ou seja, aquelas que aparecem através de pensamentos, sonhos, epifanias. E talvez esta segunda seja a mais rica das lições desse mestre, pois não foi necessário passar pela experiência para ter consciência do que fazer ou do que não fazer. Uma das coisas que também podem alterar nossa consciência além das nossas experiências, são nossos sonhos. Segundo Freud, sonho é como um fenômeno psicológico "rico e revelador de desejos e temores". Normalmente quando sonhamos com nossos desejos, nos sentimos bem, isso é fato, e nesse momento procuramos caminhos para que esse desejo seja realizado, nos causando mais felicidade ainda pela realização. Porém, e quando a situação é diferente, quando sonhamos com nossos temores? Logicamente nos sentiremos infelizes, porém esse é o momento em que pensamos em uma maneira de interferir no decorrer do destino, e evitar uma infelicidade maior se esse temor vir a acontecer efetivamente. São esses sonhos que nos deixam mais espertos para o que pode acontecer, e soa como um alarme nos dizendo que algo pode dar errado, nos dando uma prévia do que pode acontecer, mas nos dando a escolha de seguir um caminho diferente e procurar uma saída mais tranquilizante. Costume pensar que esses sonhos são como mestres para nós, seres humanos. Um mestre que existe dentro de si mesmo, acompanhando nossas experiências, nossos desejos e temores, e nos ensinando a fazer a escolha certa, a que será mais gratificante para nossas vidas, e ter a consciência disso é um grande passo para a independência interior. Saber que você necessita de si mesmo, e apenas de si para fazer as coisas certas, traçar o seu próprio destino, fazer da sua vida algo completo e pleno, para que não haja espaço para a infelicidade e o rancor. Viver por conta própria, é muito bom, mas devemos pensar nisso apenas em partes de escolhas, pois não tem sentido viver sozinho, sem compartilhar essas felicidades. Assim como vi uma vez em um filme, deixo aqui um pensamento: "A felicidade só é verdadeira quando é compartilhada".