ESTRÉIA

Ele estava lá me esperando

Como um encontro marcado

Cheguei de nada e aos seus pés tremi

O palco agora opaco e frio me convidava a subir

Um pensamento, dois. E os pés, degrau por degrau subiam

Uma angustia de estréia tomou conta e subitamente pensei em desistir

Mas estava só... Quem seria testemunha de meu fracasso ou sucesso?

E continuei firme como quem quisesse conquistar algo mais.

No meio do palco um microfone desligado e uma platéia de bancos vazios e silenciosos, parecia dormir.

Então recitei a primeira palavra e num ato seguinte toda penumbra se fez poema, ditando um dilema...Pra quem?

A euforia tomou conta do espetáculo e silenciosamente os versos foram a todos os cantos e como num encanto.

Nos bancos as almas solitárias e emocionadas se levantaram

e aplaudiram em pé.