QUE VIDA ESTRANHA!



 
        Que vida estranha a minha, que jamais pode nem poderá ser publicada e muito menos vivida em tantas de suas letras! Que estranha vida, a minha! Que estranha! E o pior é que lançou seus estranhos traços em outras linhas... de também outras estranhas, ah, estranhas vidas tanto quanto, cada qual com sua inalienável estranheza! Talvez sejamos todos e cada um seres estranhos, muitos a esconderem de si mesmos o rosto outro de si que os espantaria sem remédio nem remissão. Talvez... Tudo é talvez na terra do ser que me coube ser. Certezas? De quê?  Ah, felizes, bem-aventurados os que as têm! Deles, com certeza, será o Reino dos Céus, já desde aqui, nesta Terra de Provações, nesta "estranha hospedaria" como nos diz o inesquecível poeta Quintana.