QUANTO TEMPO AINDA ME RESTA?

Pergunto-me se algum dia a minha vida vai voltar ao normal, se algum dia vou me reencontrar, me reerguer de verdade. Sinto que ando em círculos a procura de alguém que um dia eu fui, a procura dos sonhos que por algum motivo eu deixei pra trás. Não sei onde exatamente eu me perdi, não sei mais quanto tempo vou ter que a procurar a pessoa que nem mesmo eu lembro bem como era. Sinto medo, sinto frio e quando me refiro a frio, não me refiro a algo externo, é um frio interno, bem diferente do frio externo. Pergunto-me se a criança que um dia eu fui se orgulharia da mulher que estou me tornando, se eu pudesse ao menos por um minutos ter um encontro comigo mesma no passado, eu sem duvida me perguntaria onde eu errei, onde exatamente eu me perdi.

Não lembro o nome do livro, mas um dia eu li algo bem pequeno que me definia bastante “eu sou feliz e triste ao mesmo tempo”, e se isso é possível ou não eu sinceramente não sei, mas essa sou eu, feliz e triste ao mesmo tempo. Acredito que a cada dia que se passa o brilho nos meus olhos vão se perdendo, o encanto se quebrando. É claro que amo a vida apesar de tudo, algo dentro de mim ainda me diz que avida é bela, que os sonhos são possíveis, que a esperança se renova ao amanhecer, que o amor floresce. Mas as vezes me parece tão difícil continuar, sinto vontade de parar, de desistir de tudo, de me trancar no meu mundo, de me deixar morrer aos poucos sem gritar por socorro, mas não posso, não mesmo. Quando não é possível continuar por mim, eu continuo pelas pessoas que amo, pelas pessoas que gostam do meu sorriso, pelas pessoas que desejam me ver bem.

Às vezes não é fácil sorrir, não é fácil dizer que está tudo bem. Às vezes é preciso olha pra cima para a lagrima não cair, ser forte o tempo todo é uma tarefa difícil, é preciso desabar às vezes, é preciso chorar toda dor que machuca. Aguentar o mundo nas costas não é fácil, eu me cobro tanto, nunca acho o suficiente o que eu faço e isso também machuca. Às vezes eu desejo sair de dentro de mim pra poder conhecer o mundo aqui fora, pois dentro de mim tem sido tão difícil. É provável que eu ainda aguente mais um pouco, não sei quanto tempo ainda pode durar esse “mais um pouco”, mas sinto que minhas forças estão chegando ao fim.

Dhianny Sousa
Enviado por Dhianny Sousa em 04/11/2014
Reeditado em 04/11/2014
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