Não escrevi para fazer sentido
Vi ao longe – um longe não tão longe assim – um filtro dos sonhos pendurado, balançando lentamente
[ é que hoje o vento não tem pressa… ]
Hoje estou sem vontade. Ou melhor, estou com muita vontade. Vontade de nada.
Então, sonho que respiro fundo, que encho meus pulmões de ar até não mais ter espaço para tanto ar, e sonho que expiro todo esse ar, até esvaziar por completo meus pulmões
[ uma sensação de anestesia me toma e fico meio boba ]
Sonho também que fecho os olhos. Durmo um sono profundo sem sonhos. Abro os olhos e me deparo com a luz intensa do dia. Meus olhos ardem e ficam meio embaçados e quando consigo enxergar novamente vejo céu, vejo nuvens, vejo grama, vejo arvores, vejo folha secas fazendo barulho enquanto dançam a dança dos ventos.
Acho tudo muito louco e muito belo. Há tanta beleza na loucura que fico sem palavras as vezes
[ é que hoje o vento não tem pressa…
uma sensação de anestesia me toma e fico meio boba ]
Eu podia gritar mas não vou. Estou com preguiça e não estou a fim.
Todo dia me bate um 'não estou a fim da vida' e uma 'preguiça da vida' que nem sei mais o que o faço. Não sei o que faço – mesmo! – com esses sentimentos bons que me tomam.
E as paranoias?! Minhas paranoias. Elas são tão eu. Mas isso é algo para ser falado outra hora – de preferencia com algum amiguinho ou com algum psiquiatra
[ e fico meio boba ]