A HOSPEDARIA DA RAZÃO
O homem é a “hospedaria” da Razão, e a semente da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal está plantada na sua racionalidade, o território onde opera o inimigo Satanás, cuja Árvore frutifica as suas propostas maldosas, que persistirão até o “fechamento da hospedaria”. A Razão é um hóspede muito poderoso e logo de início, assume a gerência da hospedaria, atraindo seus melhores amigos, o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera, para a hospedaria, os quais, por sua vez, também têm muitos amigos -- Afrodite, Apolo, Baco, Eros, Narciso -- entre outros, que então reunidos, promovem uma radical transformação na hospedaria, convertendo-a num verdadeiro prostíbulo, numa mal cheirosa e lamacenta pocilga, em cuja promiscuidade, ocorre o nascimento de todos os tipos de iniqüidades que se possa imaginar, conforme a predominância das “vocações” desses hóspedes indesejáveis. Como ocorre o surgimento de muitas hospedarias desse tipo, o mau cheiro se espalha rapidamente pelos vilarejos, pelas cidades, pelos estados, pelos países e acaba infectando todo o Planeta. (Qualquer semelhança com algum Planeta conhecido, não é mera coincidência)
Pode ocorrer, no curso do tempo, que o proprietário da “hospedaria”, tomado de uma crescente inquietação no seu intelecto, inicie um processo de auto-indagações, as quais poderão levá-lo a observações e reflexões mais profundas, sobre questões até então, consideradas irrelevantes, e desencadear uma insistente procura (sem intermediários) (Gálatas 1;10a12) pelas respostas a essas indagações. Na medida em que o proprietário da “hospedaria” avança na direção das profundezas do que sempre lhe foi desconhecido, todos os seus sentidos se tornam mais apurados e o mau cheiro da “hospedaria” começa a incomodá-lo. Ele continua avançando, cada vez mais rápido, pois o caminho vai se “clareando” e, de repente, uma Luz muito intensa, que não ofusca os olhos, atravessa sua mente e, então, ele murmura: óh meu Senhor... perdoa-me, eu creio... e contemplando a glória do Pai, seus joelhos se dobram, as lágrimas rolam pelo seu rosto, uma onda de calor invade seu corpo que treme, pois línguas de fogo descem sobre sua cabeça e da sua boca saem apenas gemidos inexprimíveis... de adoração!!! (I Pedro 4;12 a 14).
O mau cheiro da hospedaria, daí em diante torna-se insuportável e o seu dono sente-se extremamente enojado, primeiramente de si mesmo, e vomita tudo, até os seus hóspedes, mas sabe que não pode se livrar totalmente deles. Então chama a Razão e a demite sumariamente da gerência da hospedaria, desaloja-a da “suíte” gerencial e a transfere para o modesto quartinho dos fundos, com vistas para uma parede bem alta, onde ela deverá permanecer confinada, até o fechamento da hospedaria. A partir daí, a “suíte” gerencial, agora com nova Iluminação e limpa, exalando uma suave fragrância de essências florais, ficará reservada, em caráter permanente, para o único e verdadeiro Mestre, que em intervalos irregulares, sempre acompanhado da Virgem Sophia, virá visitá-lo. Ambos o alimentarão com o pão da vida e a água viva, (com o maná escondido) em doses homeopáticas para não sufocá-lo num êxtase excessivo. O novo homem receberá, paulatinamente, as respostas para as suas indagações, na medida e na progressão do exercício das suas potencialidades espirituais, e também para muitas perguntas que não foram feitas, as quais a pobre Razão humana nem consegue formular nas suas conjeturas! Então, o novo homem, renascido, perceberá na linha do horizonte, os primeiros albores da Aurora nascente e passará a contemplar a beleza da Brilhante Estrela da Manhã, como o prelúdio para o advento do Sol, que brilhará em seu coração! Mas, até lá, ele terá que continuar percorrendo o caminho de Jó, até que a marca da besta seja retirada da sua região frontal esquerda, e na região oposta, lhe seja implantado o selo do Deus Vivo! Daí em diante, ele sentirá dois tipos de ansiedade: o primeiro, em começar a distribuir o que recebeu, uma suprema honra que certamente lhe será concedida! (Isaías 55;11); o segundo, em devolver a sua parcela do fogo roubado por Prometeu, juntamente com a sua racionalidade e com a respectiva Caixa de Pandora, outra grande honra, que também lhe será concedida. (Filipenses 1;20 a 23) (Colossenses 3;3) (Eclesiástico 2;21)