Maçãs

O caldo doce da maçã, sinos dos ventos, telas próximas do jardim e o toque suave do sabor do proibido acendiam a lembrança da minha infância e também me faziam lembrar da roupagem da Europa antiga que ainda traz a colheita das maçãs.

Mesmo ao longo dos tempos, os pés de maçãs continuam numa linda roupagem feito os tecidos leves da vestimenta do meu amor.

Fruta da cor exuberante mesmo sem o brilho do dourado ou do verde da sua essência. As tonalidades das maçãs deixavam o seu olhar embevecido e o meu em te observar.

Todas, lado a lado, mesmo sem estarem, segundo a lenda, protegidas por um dragão, estavam representando naquela tarde chuvosa ao seu lado o fruto da sabedoria, aliando-se a sua, além da imagem que remetia entre todas elas a jurisdição do nosso Pai maior que nos acompanha em toda parte desde a raiz da nossa essência e dos primórdios de Adão e Eva.

Raízes das maçãs, com o seu aroma peculiar cultivada em terras frias. E você, meu amor, eu cultivo no meu jardim mais intimo. O formato dessa fruta é bem acoplado no toque primoroso das suas mãos.

Remeto à sua imagem, minha amada, as deusas e também sei que as maçãs amadureciam diante das lendas nórdicas e mitológicas. Pareciam cravejar entre os seus dedos o seu aroma. Estavas radiante naquela tarde chuvosa com um longo vestido comparado ao da deusa Idun.

Seu tom de pele e a sua pele macia parece a parte interna e externa de uma maçã, seu olhar suave remete à leveza e à juventude eterna que a deusa afirmava fruto do amor, és também, meu amor, o fruto que amadurece a minha essência, esteja eu numa região fria ou quente, trazendo para o meu íntimo uma roupagem renovada e o seu cheiro suave e agradável, mas, naquela tarde, ao te observar pintando as suas telas, brotava em você um belo sorriso. O seu sorriso foi rapidamente colhido por mim naquela tarde chuvosa e os seus quadros recebiam o toque primoroso das suas mãos.

As cores vivas das telas igualavam-se ao seu belo e leve vestido diante das cores exuberantes das maçãs.