SER, ESTAR E CRER
METÁFORAS DO QUE SOMOS
Somos árvores de troncos que se sustentam em profundas raízes.
Somos metas de vida que se mantém no movimento de ondas.
Somos casa de abelhas que se transformam no salivar do mel produzido.
Somos passadas de caminhantes que se diluem na poeira da estrada.
Somos perfis de faces que se perpetuam nas rugas memoriais.
Somos margens de possibilidades que se diluem no profundo das marés.
Somos pedras de estradas que se consomem em crença de horizontes.
SE O SOMOS, É POR METAMORFOSEAR AS METÁFORAS.
Pensei ser folclore, reinventando manhã e manhas de estórias contadas.
Pensei ser folclore, reaprendendo mandingas e causos de pai de santos.
Pensei ser folclore, realizando proezas e poesia de causa metafórica.
Pensei ser folclore, reproduzindo estória e memória de gente que se foi.
Pensei ser folclore, reconstruindo saberes e sabores de infância vívida.
Pensei ser folclore, reascendendo olhos e corações de curas e milagres.
Pensei ser folclore, reabastecendo gerações e sonhos de por vires.
TRANSGREDINDO METÁFORAS O QUE SE É ESTÁTICO INOVA.
- Aí chega o caipira travestido de caipora e desmente o que pensei ser, para remeter a certeza de que nada se pensa se não se é realmente.
- Aí chega o velho preto travestido de saci e desconstrói o que pensei ter, para remeter a proeza de que nada se pensa se não se vive plenamente.
- Aí chega o cantador travestido de viola e desmorona o que pensei conter para remeter a beleza de que nada se pensa se não se crê urgentemente.
- Aí chega o guardião travestido de memórias e desafina o que pensei deter para remeter a singeleza de que nada se pensa se não se provê eternamente.
- Aí chega o artesão travestido de sonhos e desarma o que pensei ater para remeter à pureza de que nada se pensa se não se prevê auspiciosamente.
- Aí chega o ancestral travestido de vivências e descolore o que pensei abster para remeter à robusteza de que nada se pensa se não se descrê aleatoriamente.
- Aí chega o fomento travestido de advento e descomplica o que pensei distender para remeter à estranheza de que nada se pensa se não provê encantadoramente.