Na caverna
Afundando. Perdendo de vista. Ilha das ilusões. Água, água... Miragem dos sentimentos e vontades. Areia seca, asfalto molhado. Longe da cidade, morando numa redoma de pedras. Tentando florear tudo, mas as pedras continuam geladas e sem vida. Orquídeas e lírios nao têm chance aqui. Não vivem. Fuja daqui. Aqui não tem nada. Não adianta insistir que a sede não sera saciada. Se perca. Me perco. Caverna de Platao. As correntes se irão. Dia ou outro. Insisto em me prender a elas com a esperanca de uma vasilha d'agua aparecer. Mas nunca chega. Estou quase morto de sede e não vejo outra saída...
Busquei demais, mas agora ja nao adianta dar murros em estalactites pra buscar a luz que sempre me fez andar e seguir. Espero, mas não muito. Quero luz. Quero água.