PASS(ei-ou)

Os gritos lamuriantes que ecoavam em meu coração fizeram do gemer dos carros de boi vazios, silêncio.

Meu limite em não mais possuir você, consumiu minhas raízes, tão profundamente a ponto de queimarem de dentro para fora, com condição mínima para renascimento, quase sem força para florescer.

A distância dos corpos fez de mim peixe, e você anzol, um encanto mortal, um chamado para o abismo.

Se em mim tivesse confiado mais, insistido no pensamento, em par de hora tivesse me apegado a mim, teria consciência de que não me convence o "claro".

Não me recordo do seu surgimento, verde, azul ou amarelado, se comigo encontrar, por favor, troque o lado.

Sequei-me, não por ti mas, pela falta, pela falta de sentir a emoção, os calafrios, o abrigo, lacrei-me para esvaziar toda a lástima que ainda amargava passar.

Falo, hoje, consciente, em dor, como passado, haja vista presente sereno, ancorado.

De tudo que vi em mim, por mim, mundo novo descoberto, como água brotante em pedra, como junção pacífica de céu e inferno.

Ainda muito, há viver, com novas conotações, viver mais em mim

do que nunca, quem nunca, sem voar para alçapões.

(Flávia Santana)

FauS
Enviado por FauS em 15/10/2014
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