Hamlet - Século XXI

Ser ou não ser, eis a questão...

Engraçado, esse sempre é o momento pelo qual todos esperaram na peça e nunca estão cansados de ouvir.

Ser ou não ser, eis a questão, in english is “To be or not to be”, impactante, o inglês é um idioma que tem uma personalidade única nas palavras, certo? É lindo.

Estar ou não estar,

Ter ou não ter,

Conectado ou desconectado, eis a questão... Em um mundo onde estamos cada vez mais conectados e ao mesmo tempo cada vez mais distantes uns dos outros, é algo digno de sofrimento não é? Trabalhar oito horas por dia, vivendo para o fim de semana e no final do mês comprar um Iphone 5. Perfeito.

Pior que morrer de forma absurda, assassinato... Ou algo do gênero, é estar morto e viver sem saber disso.

De onde viemos? Onde estamos? Quem somos e para onde vamos?

Essas são perguntas fundamentais da existência humana, estamos em pleno século XXI, a era da tecnologia, informação por todos os lugares, todo mundo sabe de tudo e ainda não sabemos responder para nós mesmos essas perguntas que nos afligem desde que existimos.

Morrer, dormir... Dormir, olha eu adoro dormir até mais tarde no feriado! Dormir, talvez sonhar.

Ai está um obstáculo absurdo hoje em dia... Sonhar.

Você sonha? Quem é Sônia? Pra que Sônia? Brincadeira, é Shakespeare, não é Nelson.

As vezes me pergunto por que ainda vivemos, seria tão simples não existir.

A vida não acaba quando morremos, a vida acaba quando deixamos de sonhar.

Estamos perdendo isso... ( ator se aproxima da plateia e olha no olho das pessoas ) O momento, o aqui, o agora... Momentos únicos e efêmeros como esse aqui onde estou me expressando e você está me ouvindo (ator olha no olho de alguém), fico feliz que você esteja olhando no meu olho e me ouvindo, pois em momentos dessa peça que vivemos, alguém da plateia preferiu olhar as horas ou uma nova mensagem no seu smartphone, viva o whatsapp.

Afinal é isso que fazemos, certo? Vivemos para finalmente ouvir aquele barulhinho ( toca o toque padrão de notificação de mensagem do Android ).

Viver é perda de tempo já que não sabemos para que serve, então por que não acabamos com isso?

É somente preciso um simples punhal, um pouco de força de vontade e não hesitar,

mas a fronteira com o desconhecido nos faz continuar aqui e lutar,

pois em vida temos o que a morte pode não dar,

os mortos podem não ter a chance de sonhar.

E assim o punhal se faz inútil e a reflexão faz de todos nós covardes senhoras e senhores.

Filipe S C Lima e William Shakespeare
Enviado por Filipe S C Lima em 15/10/2014
Código do texto: T4999461
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