Declaração de voto em Dilma Rousseff
Engana-se quem pensa que me incomoda a escolha religiosa dos candidatos: cristãos, ateus, budistas ou sei lá o quê! Aliás, no que se refere a religiões, para mim (ateia sem fricotes) só existem dois pontos inaceitáveis: exclusão religiosa por qualquer que seja o motivo e ritual com sacrifício vegetal ou animal (apesar de respeitar a tradição e a cultura de cada coletivo, considero: hábitos são humanos, humanos se transformam, hábitos se transformam - para o bem , por gentileza!).
Noutra (mas quase a mesma) linha de pensamento: pênis ou vibrador? Vagina ou ânus? Ou boca? Olhos, nariz, mãos, joelhos? Kit sado-masô, baby doll de seda, boneco/a inflável? Ora, tô nem aí: por mim os candidatos podem ser felizes até sem sexualidade - mas que exercitem felicidade, porque gente saudavelmente feliz tende a querer que outros o sejam, também (e só para registro: gosto muito de dormir de conchinha, e não abro mão disso por causa de voto nenhum!).
Tampouco me incomoda o (suposto) fato de Aecio Neves ser usuário de cocaína ou outra droga, porque a vida pessoal dele é exatamente isso: dele. A tese só me causaria impacto se, enquanto presidente, o rapaz não pudesse empreender a nação por estar constantemente 'fora do ar'.
(Logicamente, se qualquer pessoa importante para mim viciasse em coisa diferente de livro, música, conversa regada a vinho branco na varanda do apê, partidas de 'mexe-mexe', entre outras estesias, será meu dever ajudar a retrilhar beleza e paz.)
E, como desde criança sou meio 'do contra' - e com tendência a enxergar nuns e noutros motivações para além das aparências - conheço pessoas generosas que se 'vendem' muito mal e umas egoístas de verdade que são 'pérolas' para a sociedade; então, também se equivoca quem pensa que a mim perturba o fato de Dilma ser antipática, turrona e centralizadora(?): riso fácil e/ou empatia não faz de ninguém um bom gerente, mas manter controle sobre áreas estratégicas - ah, isso, sim.
(Aliás, seria apenas digno se o 'dono da empresa' reconhecesse as competências de um gerente, ao invés de tão somente culpá-lo por resultados pífios do negócio - o mesmo de cujo caixa ele surrupia o quanto e quando bem quer -, ou da idêntica forma despudorada como abocanha o lucro, este, sempre orientado por gerenciamento eficaz, eficiente, efetivo. Ora, mas isso sabemos, nós humanos, tão honestos: tirar o corpo de banda não exime a mão de avançar, né?)
Então: meu edifício sequer balança por conta de aspectos absolutamente individuais e subjetivos na vida dos candidatos. O que me toca são suas atuações e propostas, amparadas na minha capacidade de avaliar contextos que estão para além de mesmices, picuinhas, maniqueísmos...
Enfim, as máscaras que os candidatos usam não me amedrotam nem seduzem. Quanto às máscaras que eles fingem que não usam, ah, essas eu também já conheço.