Doce
O dia mal começa e como num torpedo, anuncia a maldita ressaca. Pensei que me desintegraria, ah! Essa claridade que vem confundir minhas vistas. Como gatuno quer me cegar. Olho em volta ao alto. Há uma promessa a céu aberto.
Com um sorriso no canto da boca, faço força para o que me é lembrança, venha desanuviar o estado lastimável que me encontro indo trabalhar.
Estou próxima a esquina da rua onde moro. procuro refúgio do sol, que penetrando minha pele, tenho a sensação de que vou evaporar. Dizem que no período matutino, nos igualamos aos anjos. Pensamentos claros, límpidos. Tenho minhas ressalvas, diante a ressaca de uma noite alucinatrix.
O sol esta de rachar, o ramo imobiliário tem seu ápice, "melhor concreto a florestas". E, eu aqui, largada diante essa caldeira. Estou num pesadelo, só pode ser. Ainda não acordei. Nessa angustia da transição da noite para o dia, lembro de um belo jogador a quem me deparei. Diz-se valente, quem não tem medo de se arriscar.
A conquista do mundo é destinada para quem não sabe administrar. Essa frase fez sentindo ao verem homens duelar. Por hora permaneço no ponto, aguardando o ônibus.