CÍRCULO DO ENTRE-SER
O problema essencial que parecemos enfrentar é estarmos demasiado envolvidos com a tentativa de provar alguma coisa, que está ligada à paranóia e ao sentimento de pobreza. Quando tentamos provar ou obter algo, já não estamos abertos, temos de verificar tudo, temos de arranjar as coisas "correctamente". É uma forma muito paranóica de viver e, realmente, não prova coisa alguma. Podemos estabelecer recordes em relação a números e quantidades — construímos o maior, o mais robusto, coligimos o mais numeroso, o mais comprido, o mais gigantesco. Mas quem se lembrará do recorde quando estivermos mortos? Ou daqui a cem anos? Ou daqui a dez anos? Ou daqui a dez minutos? (…) Essa é a via aberta, o caminho do Bodhisattva (…) eles não têm necessidade alguma de provar o que quer que seja. A acção do Bodhisattva é espontânea, é a vida aberta, a comunicação aberta que não envolve luta nem pressão (…) Quando não há pressa nem agressão, percebemos que há espaço suficiente para nos movermos e fazermos coisas e vemos, com maior clareza, o que deve ser feito. Tornamo-nos mais eficientes e o nosso trabalho mais preciso”.