Espada sem guarda

Ela era uma espada sem guarda. Reta, firme, uma cor só. Aveludada, tinha uma pegada que não largava e te proporcionava segurança. Era de apenas uma mão, mas dava segurar pelas duas se quisesse. Se ela quisesse, no caso. Quando estava feliz e pulsante, se movia com letal sutileza, rasgando todos os seus inimigos, fluindo fluídos pela natureza. Entretanto, caso conflitante, tinha sempre o perigo de você acabar cortando seus dedos fora, seja sozinho em um treinamento, seja em uma disputa ocasional.

Espada arisca, obedecia apenas aos mestres, pai e mãe, talvez um amor. E a eles, deixava claro o potencial sanguinolento para retalhar corações. Ela era o poder materializado em lamina, tinha plena consciência disto e possibilidade constate de usa-lo. Refletia, se a luz batesse, seus olhos brilhosos e ofuscantes te analisando, decidindo se te corta ou se aninha em sua cintura. Gosta muito de viajar, de adentrar o desconhecido. Por isso, o cavaleiro errante é muitas vezes visto com ela, apenas não sabemos se ele irá se cortar ou irá quebra-la. Por mais que se tenha respeito, temor e amor, nunca deixamos de lado, nossas espadas. Continuemos a treinar com ela, faça chuva, neve ou fome. Ela sempre precisa estar afiada e bem cuidada, caso venha a guerra.

Adriano Santos de Sousa
Enviado por Adriano Santos de Sousa em 04/10/2014
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