Divagação
No d’antes da vida olhava muito adiante,
O tempo passando, diminuía a distância.
E o olho distendia menos a cada instante
Para a vida tornar-se aqui e agora brilhante.
O olhar contraído vê o menos para ver melhor
Da distância antes vista não sente pesar ou dor
O pouco do agora dá a vida muito mais sabor
De um tempo prazeroso da manhã ao sol se por.
O muito não é o melhor, como queria o olhar,
O pouco pode ser tudo se soubermos degustar.
O saboroso agora que a vida venha a nos dar
De olhos fechados sentindo a vida se maximizar.
O foco no que vale a pena é a sabedoria do viver
Sem pressa para qualquer sentir do bem-querer
Que a ânsia d’antes do olhar não nos deixava ver
Com a pressa que sentia por medo da vida escorrer.