Divagação

No d’antes da vida olhava muito adiante,

O tempo passando, diminuía a distância.

E o olho distendia menos a cada instante

Para a vida tornar-se aqui e agora brilhante.

O olhar contraído vê o menos para ver melhor

Da distância antes vista não sente pesar ou dor

O pouco do agora dá a vida muito mais sabor

De um tempo prazeroso da manhã ao sol se por.

O muito não é o melhor, como queria o olhar,

O pouco pode ser tudo se soubermos degustar.

O saboroso agora que a vida venha a nos dar

De olhos fechados sentindo a vida se maximizar.

O foco no que vale a pena é a sabedoria do viver

Sem pressa para qualquer sentir do bem-querer

Que a ânsia d’antes do olhar não nos deixava ver

Com a pressa que sentia por medo da vida escorrer.

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 04/10/2014
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