Não sei não falar de amor
Não prometi falar de amor
tampouco dizer o que ele é
Só escrevo poemas do tal sabor
Que muitos caem, não aguentam de pé
Como atuam em minhas canções
Não peço amor, nem café da tarde
Só quero partilhar as emoções.
Uma gaveta é pequena demais
para guardar essas letras coloridas
São lindas, ricas e cheia de vida
Não há nada de resumidas.
Falam de amor, de dor e de saia
Quando usam batom e trocam perfume
sentem o cheio do vaga-lume
E trocam versos na beira da praia.
O que eu fiz pra ter essa benção?
eu ainda me pergunto quando desperto
me levanto escrevendo o que eu sinto
Relatando os sonhos, ainda abertos.
Mas não falar de amor
é algo impossível para mim
pois de dez palavras que deixo sair
oito são de amor, pequeno enfim.
Quando os olhos secam de uma vez
As palavras ganham sua vez
O embalo de dedos tecem frases
e logo vem o cheio de amor
com lampejos de afago interior.