AOS OBSTINADOS

Aos homens obstinados

Um homem será nobre e justo se a nobreza e a justeza o perpassarem. Se ele alijar essas qualidade a torpeza se achegará e tomará conta do seu ser. Um homem se abastará de luz se ele deixar a luz o embeber. Se ele se afastar um átimo as trevas o acossarão com uma pungência atroz. Se um homem não almejar algo mais, esse algo mais ficará oculto à sua visão, por mais que esteja bem à sua frente. E o que é para cada um sempre estará a um passo de ser alcançado. Muitas vezes as coisas não saem conforme o previsto, pois a imponderabilidade existe e ela consiste justamente naquilo que não depende de nós, por mais que esforço envidamos na consecução de um projeto. Não te agaste quando isso acontecer. Mantenha a calma e deixa exalar a leveza, que é a recendência olorosa e doce que transluz da nossa essência e faz tudo a nossa volta ser menos lancinante, mais susceptível de ser debelada essa dor, essa aflição, de querer abarcar tudo, de querer sentir tudo. Não podemos controlar tudo. Esse desiderato é supra-humano. Não podemos sentir tudo. Muitas coisas fogem fugazes, céleres, da nossa percepção. Não temos um braço descomunal que possa estreitar tudo. Temos que aceitar que temos limitações, para que saibamos aproveitar o ensejo para suplantá-las.

Valdecir de Oliveira Anselmo

27/09/2014

Valdecir de Oliveira Anselmo
Enviado por Valdecir de Oliveira Anselmo em 27/09/2014
Código do texto: T4978656
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