Fiquei louco!
Eu já era louco, mas, agora, estou muito mais louco: toda semana, eu vejo o que é impossível ver onde não há a mínima possibilidade de ver o que eu vejo.
Estou no auge da loucura. Mas todos podem ficar tranquilos: a minha loucura só faz mal a mim mesmo.
Eis uma grande importância de termos o dom da escrita: podemos nos divertir com nós mesmos, com a própria loucura. Podemos elaborar belos textos e construir belas obras, mesmo quando dizemos bobagem.
Penso que seja pelo fato de eu já ter nascido louco que eu nunca enlouqueci no mais radical sentido do termo loucura.
Eu me divirto comigo mesmo. Rio de mim mesmo. Mas, apesar de eu amar a minha companhia, eu não quero ficar sempre comigo mesmo.
Alguém entende?