IDEALIZANDO
Idealizando
Talvez não exista a obviedade. Talvez tudo dependa da perspectiva do observador. Entre a falácia e a assertiva talvez não haja um grande abismo. E quem se arvora detentor de uma verdade? Pode haver o altruísmo sem o ser se corromper? Sem deixar-se perder nos meandros da vaidade? Mas sim, pode haver lealdade aos próprios princípios. Precipícios são transponíveis. A essência pode ser transmudada. A montanha, por mais alta, pode ser galgada.
Mas galgar a montanha sem calcar os pés no outro, servindo-se desse como escada. Que a escada seja o teu próprio sonho.
Seja humilde, mas não seja ingênuo.
A humildade é boa até certo ponto. Denota equilíbrio emocional e foco, pois a arrogância é desatino e delírio, por conseguinte, dispersão. Mas dar-se o devido valor enfatiza respeito para consigo mesmo e esse respeito é notado e, por conseguinte, se espraiará por outros recantos e isso se chama notoriedade, não por ostentação, mas por orgulho do que se é e do que se faz.
Arrume a casa internamente. Os de fora vêm o que está dentro. E se a casa não está arrumada eles notam e não entram. Ficam à soleira e só observam, para depois alardear o que viram.
Tenha bons sonhos para que a realidade seja boa para ti. Mas não basta sonhar. Todo sonho é exequível quando a alma está disposta a sair do marasmo e agir em busca desse horizonte, no qual pululam miríades de possibilidades. Todas elas, sem exceção, estão em tuas mãos. Não deixe desasir delas o que for bom. Acarinhe a muda dessa planta do teu anelo e realize a semeadura em solo fecundo.