Identidade
Eu sou o espelho quebrado,tenho dessa maneira vários papéis.Não sei onde me encontrar,pois não me encontrando é quando eu me acho.Dizem que isto é complexo,não,não é verdade.
Identidade não é o que sou,pois sou as páginas velhas de um livro e minha consciência é a poeira deixada nele.
E o que importa-me não é a vela acessa é o líquido que escorre dela por isso não quero ser a ação mas sim a reação,o produto da matemática,a consequência da história,a lástima do bem-viver.
Resolvi tirar minhas máscaras,mas surpreendi quando descobri que ali escondido sobre várias camadas do que finjo ser,na qual vi e intendi tal como compreendi
a feiura da minha matéria.E então como um insight tive a sensibilidade de sentir o repulsar de minha carne latejando e pedindo para se auto-construir.Ou será auto-destruir?'não sei
Não sei'.Mas a carne é falha e a desumanisaçao causa-me nojo.Só que cuspir o que eu quero é fácil e cuspir o que não gosto é complicadíssimo,aí está meu maior defeito.
Com isto minha visão tornou-se embaraçada-não vejo o que é real e nem o que é irreal,apenas me vejo.Me ver então não é o reflexo das águas límpidas mas o fundo do oceano,não o surfista mas as ondas com o seu movimento imperada pela força da Lua,não o beijar de dois apaixonados mas a despedida desse afago volátil.