Temporal
Estagnada.
Perplexa.
Entre uma batida e outra, dos seus olhos brotavam incertezas.
Confusa.
Perdida.
Na madrugada escolheu lhe abraçar e não soltar mais.
O tempo havia parado para eles, mas não para o mundo.
O mundo os observou com todos os olhares.
O encaixe não poderia ter sido planejado.
O sonho confuso, às vezes perturbava.
Insistente, permanente.
Na manhã chuvosa, o sonho era real.
A sensação de estarem no mesmo lugar era verdadeira.
Mas a realidade assombra.
A realidade traz a luz que cega.
Ficar triste por estar feliz.
Estar feliz e não poder sentir.
Sentir a tristeza da felicidade.
A nostalgia.
Procurou palavras e definições.
O coração pulsante, mãos inquietas.
Sua mente fora violentada.
Nada fazia sentido.
Tudo era nada.
E nada, era ela.
A chuva não cessaria. Não naquela noite.