o sexo das palavras

Palavras copulam em minha cabeça...

mas atualmente nada tem nascido,

depois do coito.

É uma simples transa ou foda casual.

Suja e interminável.

Minha cabeça é o motel,

e eu fico acordado, enquanto elas seguem em sua função,

de me atormentar,

de se misturar e de não fazer nenhum sentido.

Me pergunto o que elas querem de mim... produzindo esta cacofonia interminável, sem que nada brote disso.

As assisto toda noite como um Voyeur de mim mesmo,

amargurado,

insone,

calado.

A verdade é que você precisa de um propósito se quiser domar as palavras.

Caso contrário, não adianta nem tentar enfrentá-las.

Atualmente não tenho nenhum propósito, para tentar ser escritor

para tirá-las da minha cabeça e pô-las num papel.

Enquanto o propósito não aparece,

terei que me acostumar com noites e mais noites,

olhando para o teto

esperando que elas cansem e me deixem dormir.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 15/09/2014
Código do texto: T4962713
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