Banquete
Nunca perdia o desjejum matinal
Saboreava idéias, devorava sonhos
Se empanturrava com elogios
Degustava doces favos dourados de esperança
Tomava uma xícara bem quente de paixão
Acompanhado de seu folhetim favorito de tragédias
No almoço enchia o prato com porções de contentamento
Três colheres de sopa de sorrisos
Religiosamente uma pitada de saudade
Uma jarra de 1 litro de suco de coragem pra desentalar
E se sobrava pedia pra embalar pra viagem
Na janta deleitava-se com gosto!
Com cachos de curvas, maçãs coradas
Pêssego de pele macia suada com gotas de orvalho
E algumas taças de embriaguez do melhor vinho da casa
Era um glutão, se lambuzava
Qualquer refeição era necessidade
Não se importava com indigestão
Contanto que não fosse pra cama de estômago vazio.