ÚLTIMA GAVETA
Ainda resta uma última gaveta
Que ainda permanece trancada.
Ando pelos cômodos da casa,
Olhando de relance pra ela
E me determino
A acabar com essa agonia.
A chave está ao meu alcance...
Me aproximo, as mãos tremem,
Coração aos saltos, respiro profundo...
Lenta e silenciosamente abro.
Torvelinho de emoções afloram
Quando vejo novamente os objetos
Que ainda cheiram a perfume...
Pego um deles como se fosse santo,
Encosto em meu peito por alguns minutos.
Preciso disso para realçar minha coragem.
Jogo tudo, objetos e lembranças no lixo.
Sinto aos poucos me invadindo um certo alívio.
Abro as janelas para arejar tudo e que a brisa traga
Novos aromas de flores e renovação, é isso!...
Denise Flor©