HÁ NOITES !

Quando a lua traz a noite, é como se os planetas se alinhassem e os animais se recolhessem.Tudo assume um outro lado quando uma película úmida cobre os espaços. As árvores murmuram segredos e silêncios e os olhos baixam ao chão.Os reflexos desvanecem-se e os espelhos assumem-se como quadros antigos apinhados de memórias. As criaturas da noite vivem nas esquinas das ruas, nas ruelas recônditas e a terra e o céu unem-se num breu único.As luzes matizam apenas pequenos palcos onde interagem os seres. A noite recupera e tolda de pardo os pensamentos e os ensejos. Assim é quando as forças são poucas e quando a nossa robustez está alinhada de forma disforme. Há noites em que a pouca lucidez não nos faz ver através da escuridão.Mas há também noites em que a luz teima em permanecer. Há noites lúcidas em que escarnecemos a escuridão e a pouca lucidez que obstinada insiste em, muitas vezes, aparecer. Há noites diferentes em que a leveza é tanta que nem a roupa se sente no corpo ou frio se sente na pele. Há noites em que o silêncio grita teu nome e não escuto a resposta...