Sórdida reflexão

Deixo que a doce imagem da podridão corrompa a ingenuidade dos olhos alheios;

Deixo que os ouvidos desatentos se percam na maldade das palavras ambíguas;

Deixo o abraço traidor ceifar a alma do bajulado;

Deixo que a hipocrisia ambiental faça de abrigo os corações a vácuo;

Deixo que o brilho da ostentação ofusque a verdade dos fatos.

Deixo por meio destas palavras, outrora caladas, bruscamente, o latente descontentamento com situações que cotidianamente tem que ser presenciadas, mas que a corrupção das almas, a podridão do caráter e o descomprometimento com a verdade, a moral e a ética, nos silenciam, tornando-nos tão ou mais sórdidos que eles, por não podermos trazer à tona a luz e decência, princípios que devem pautar cada segundo da existência dos seres humanos.

Lilian Carla
Enviado por Lilian Carla em 05/09/2014
Reeditado em 05/09/2014
Código do texto: T4950496
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