Sórdida reflexão
Deixo que a doce imagem da podridão corrompa a ingenuidade dos olhos alheios;
Deixo que os ouvidos desatentos se percam na maldade das palavras ambíguas;
Deixo o abraço traidor ceifar a alma do bajulado;
Deixo que a hipocrisia ambiental faça de abrigo os corações a vácuo;
Deixo que o brilho da ostentação ofusque a verdade dos fatos.
Deixo por meio destas palavras, outrora caladas, bruscamente, o latente descontentamento com situações que cotidianamente tem que ser presenciadas, mas que a corrupção das almas, a podridão do caráter e o descomprometimento com a verdade, a moral e a ética, nos silenciam, tornando-nos tão ou mais sórdidos que eles, por não podermos trazer à tona a luz e decência, princípios que devem pautar cada segundo da existência dos seres humanos.