Tempo ao tempo
Admiro quem espera amor sem relógio
Contar tempo adianta frustração
Contabiliza expectativas, dilacera o coração
A dona do tempo é a paciência
Que brinca com nossa imaginação
Com nossos desejos e anseios
E não perdoa os desavisados
Quem tem pressa perde aprendizados
As amarguras se perder e as delícias de se encontrar
De ir em frente ou de parar pra repensar
O tempo é aliado do destino e sempre surpreende
Sempre tem alguma carta na manga
Sempre recebe os aplausos da plateia
Uns seguem o fluxo, outros questionam o final
Alguns usam relógio, fitam os ponteiros
Olham freneticamente, sem de fato enxergar
Verdade seja dita, nem sempre chegam na hora marcada
Pontualidade pode até causar boa impressão
Mas não devolve momentos em vão
Não uso relógio, quem compassa é o coração
Posso até me atrasar, mas me entrego sem pressa de nada
Tive tempo pra voltar
Arrumei a bagunça de mim
Dormi abrigada em um novo lar.